Protocolos de segurança ao manusear materiais de perfumaria | EPI 011 Podcast Todos os Caminhos Vão Dar ao Aroma
O podcast 'Todos os caminhos vão dar ao aroma' é um podcast patrocinado pela Jarilo. Neste podcast, Mariana a fundadora da Jarilo explora o mundo da perfumaria e tenta descobrir como se faz um perfume.
Este artigo é a transcrição do EPI 011. Protocolos de segurança ao manusear materiais de perfumaria
[Inicio da transcrição]
↳ No episódio de hoje irei falar sobre os PROTOCOLOS DE SEGURANÇA que ponho em prática — seja enquanto estudo e manuseio [quaisquer materiais/ingredientes de] PERFUMARIA — seja enquanto produzo [directa e artesanalmente] as velas aromáticas da [minha marca] Jarilo.
↳ Tais PROTOCOLOS — apesar de parecerem simples e até óbvios — são na verdade muitíssimo importantes e devem sempre colocar-se em prática, para que tanto a nossa aprendizagem acerca de perfumes quanto a produção de velas artesanais decorram de forma segura.
↳ A principal regra, e também a mais óbvia de todas, é:
↳ NUNCA INGERIR NENHUM INGREDIENTE/NENHUM MATERIAL.
↳ Ou seja: ÁLCOOL, ou alguma MOLÉCULA SINTÉTICA, ou mesmo INGREDIENTES NATURAIS como os ABSOLUTOS e os ÓLEOS ESSENCIAIS.
Bem sei que existem ÓLEOS ESSENCIAIS comestíveis, mas esses ÓLEOS são necessariamente produzidos de acordo com os PARÂMETROS DE SEGURANÇA ALIMENTAR legalmente estabelecidos — o que não é o caso dos ÓLEOS ESSENCIAIS DE GRAU COSMÉTICO que se utilizam em PERFUMARIA.
↳ Portanto, todos os materiais devem ser mantidos longe de alimentos, bem como de utensílios e de superfícies que se destinem a estar em contacto com alimentos.
Sendo eu licenciada em Engenharia Alimentar, tenho para mim que esta regra se nutre da mais extrema importância.
↳ Acrescente-se ainda que TODOS OS MATERIAIS DEVEM SER MANTIDOS FORA DO ALCANCE DE CRIANÇAS E DE ANIMAIS.
↳ O LOCAL EM QUE VAMOS TRABALHAR DEVE ESTAR SUFICIENTEMENTE VENTILADO — através de janelas abertas ou da aplicação de um aparelho VENTILADOR.
↳ Ou então, deve ser suficientemente amplo para que não haja necessidade de nos preocuparmos com a questão da VENTILAÇÃO.
Quando produzo as velas artesanais da Jarilo e estou a lidar demoradamente com FRAGRÂNCIAS CONCENTRADAS, tomo todos os cuidados para que o meu LABORATÓRIO se ache bem arejado — e daí, em acréscimo, chego a usar uma máscara para filtrar e purificar o meu âmbito respiratório.
↳ RELATIVAMENTE À BANCADA/MESA DE TRABALHO — ESTA DEVE SER PASSÍVEL DE UMA FÁCIL E IMEDIATA LIMPEZA — com um tampo cuja superfície seja impermeável para evitar que absorva os materiais.
Já me aconteceu derramar acidentalmente AMBROXAN sobre uma mesa de madeira, e foi muito difícil conseguir eliminar o cheiro da mesma.
↳ De mais a mais — DEVEMOS SEMPRE TER À NOSSA PRONTA DISPOSIÇÃO PAPEL ABSORVENTE E ÁLCOOL — para limpar e lidar com os possíveis acidentes — e — DEVEMOS SEMPRE LAVAR AS MÃOS E AS SUPERFÍCIES — após o manuseio de quaisquer materiais — e — DEVEMOS SEMPRE PROTEGER A ROUPA — usando um avental ou uma bata.
↳ Há que ter em especial atenção o facto de que estamos a trabalhar com materiais que podem ser epidermicamente irritantes e/ou sensibilizantes.
E é também muito importante percebermos que, quer se trate de um material sintético, quer se trate de um material natural, as medidas de segurança a aplicar devem ser as mesmas.
↳ Quando lidamos com ingredientes puros, ou seja: quando estamos a fazer diluições, a produzir uma vela, a fazer uma fórmula final, etc. — É INDISPENSÁVEL USAR LUVAS — aquelas luvas de plástico descartáveis que protegem a nossa pele.
Existem materiais que irritam a nossa pele — ou que são fotossensíveis e causam manchas na mesma — e provocam sensibilidade.
↳ E poderá até mesmo acontecer estarmos a trabalhar com um material considerado inócuo, mas ao qual a nossa própria pele é alergicamente sensível.
↳ Concluindo, É CRUCIAL QUE SE EVITE O CONTACTO DIRECTO COM A PELE.
Com materiais diluídos o risco diminuirá bastante, mas EVITAR AO MÁXIMO é sempre uma boa prática.
↳ Até mesmo quando estamos a cheirar as tiras de papel devemos cuidar que elas não toquem no nosso nariz, tanto para proteger a nossa pele quanto para evitar que o cheiro fique agarrado/colado ao nosso nariz.
↳ Também não é de boa conduta cheirar os materiais diretamente do frasco, mas sim usar as tiras de papel de que tanto falo, pois assim cheiramos uma pequena/reduta quantidade.
A ideia é também não saturar o nosso nariz, para não o deixar sobreestimulado.
↳ Acrescentarei ainda um ponto, que diz respeito às alergias.
↳ Que eu saiba não sou alérgica — a nada em específico — mas já me aconteceu usar um perfume (um que comprei e do qual gosto bastante) e ficar inadvertidamente com a pele [do peito] irritada.
Por isso, sempre que produzo algum perfume, experimento usá-lo primeiro numa área reduzida da pele, para testar e identificar possíveis reacções.
↳ De mais a mais, cumpro respeitar os limites IFRA com todos os perfumes que produzo.
↳ OS INGREDIENTES DEVEM SER CORRECTAMENTE ARMAZENADOS — PARA MANTER A SEGURANÇA E A QUALIDADE.
↳ Eu rotulo cada frasco [de cada ingrediente] com o NOME e a respectiva DATA DE AQUISIÇÃO — ou as subsequentes DATA e PERCENTAGEM DE DILUIÇÃO — e daí, mantenho os frascos BEM SELADOS para evitar a sua degradação, e ARMAZENADOS NUM LOCAL ESCURO, FRESCO E SECO.
↳ No próximo episódio vou travar conhecimento olfactivo com QUATRO novos ingredientes que adquiri recentemente.
Vou cheirá-los pela primeira vez, descrevê-los e adicioná-los ao meu DIÁRIO OLFACTIVO.
↳ Obrigada por ter ouvido este episódio do podcast 'Todos os caminhos vão dar ao aroma'.
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↳ Se ficou com alguma dúvida [acerca da segurança] envie-me um email a solicitar quaisquer esclarecimentos.
↳ Até à próxima.
[Fim da transcrição]
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